“Não fazem músicas como
antes...” “Eles se venderam...”. Volta e meia vejo e ouço comentários como
esses em blogs, no YouTube (lá tem muitos) ou em descontraídas conversas entre
amigos. Uns são saudosistas declarados, outros tentam ser cult. Parece que artistas e bandas desaprenderam a fazer música, e
tudo que é lançado não presta. Acredito que em diversos gêneros musicais isso possa
ser percebido, mas, em particular, no rock os fãs se dividem entre aqueles que
querem o retorno dos bons tempos e os que
O leitor deve estar
pensando que vou defender um lado e trazer todo tipo de argumento para tal. Talvez
isso aconteça, afinal, nossos corpos estão em movimento.
Em meio às ondas
sonoras distorcidas, tento entender se as coisas estão mesmo como dizem por aí.
Que papo de ondas é esse? Nesse mundo frenético, poucos estão dispostos a
escutar um álbum inteiro, quanto menos buscar compreender qualquer coisa. Busco
no produto das novas ideias os motivos da insatisfação dos fãs.
Há um tempinho, eu
tenho escutado algumas bandas de longa data que ainda estão na ativa e que tem
lançado material nos últimos anos. Por exemplo, o Guns N’ Roses, muitos fãs
sonham em ver o retorno da formação original. Mas será que isso resgataria a toda
magia da banda? Seria bom para os integrantes? Slash está construindo uma
carreira solo de sucesso, os outros membros seguem bem também; Axl, apesar das
reclamações de longos atrasos, tem feito vários shows ao redor do mundo. Ao que
tudo indica, todos seguem rumo a novos horizontes. Decidi, portanto, prestar
atenção no Chinese Democracy (2008);
achei que não mudaria de ideia, mas me impressionei. É um disco interessante, mas para os antigos fãs apreciarem a obra, é preciso, antes de tudo, deixar de lado qualquer
sentimento nostálgico, e abrir a cabeça para uma nova proposta.
Outro caso é o
Silverchair, uma das bandas mais criticadas por suas mudanças, a sua sonoridade
foi sendo reformulada paralelamente ao crescimento e amadurecimento da banda e
dos integrantes, - do grunge cru ao experimentalismo com músicas longas, de
evoluções e orquestradas. O que eu havia dito sobre o último trabalho do Guns,
se aplica também com a Diorama e Young Modern.
Para mim, essas mudanças
podem ser boas e produtivas, por mais que sejam difíceis de serem aceitas (e
como são!). Tantas outras bandas também são exemplos disso, Metallica (o que
dizer sobre St. Anger?), Bon Jovi, Beatles, etc.
Apesar dos sentimentos
românticos instalados, procuro conferir o que está surgindo e acontecendo por ai; um trem, levando ideias libertas, daqui a pouco partirá. Se o universo
está em expansão, por que as bandas não estariam?
21 /03/2013
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