quinta-feira, 21 de março de 2013

Entre românticos e realistas no rock


“Não fazem músicas como antes...” “Eles se venderam...”. Volta e meia vejo e ouço comentários como esses em blogs, no YouTube (lá tem muitos) ou em descontraídas conversas entre amigos. Uns são saudosistas declarados, outros tentam ser cult. Parece que artistas e bandas desaprenderam a fazer música, e tudo que é lançado não presta. Acredito que em diversos gêneros musicais isso possa ser percebido, mas, em particular, no rock os fãs se dividem entre aqueles que querem o retorno dos bons tempos e os que

O leitor deve estar pensando que vou defender um lado e trazer todo tipo de argumento para tal. Talvez isso aconteça, afinal, nossos corpos estão em movimento.

Em meio às ondas sonoras distorcidas, tento entender se as coisas estão mesmo como dizem por aí. Que papo de ondas é esse? Nesse mundo frenético, poucos estão dispostos a escutar um álbum inteiro, quanto menos buscar compreender qualquer coisa. Busco no produto das novas ideias os motivos da insatisfação dos fãs.

Há um tempinho, eu tenho escutado algumas bandas de longa data que ainda estão na ativa e que tem lançado material nos últimos anos. Por exemplo, o Guns N’ Roses, muitos fãs sonham em ver o retorno da formação original. Mas será que isso resgataria a toda magia da banda? Seria bom para os integrantes? Slash está construindo uma carreira solo de sucesso, os outros membros seguem bem também; Axl, apesar das reclamações de longos atrasos, tem feito vários shows ao redor do mundo. Ao que tudo indica, todos seguem rumo a novos horizontes. Decidi, portanto, prestar atenção no Chinese Democracy (2008); achei que não mudaria de ideia, mas me impressionei. É um disco interessante, mas para os antigos fãs apreciarem a obra, é preciso, antes de tudo, deixar de lado qualquer sentimento nostálgico, e abrir a cabeça para uma nova proposta.
Outro caso é o Silverchair, uma das bandas mais criticadas por suas mudanças, a sua sonoridade foi sendo reformulada paralelamente ao crescimento e amadurecimento da banda e dos integrantes, - do grunge cru ao experimentalismo com músicas longas, de evoluções e orquestradas. O que eu havia dito sobre o último trabalho do Guns, se aplica também com a Diorama e Young Modern.  
Para mim, essas mudanças podem ser boas e produtivas, por mais que sejam difíceis de serem aceitas (e como são!). Tantas outras bandas também são exemplos disso, Metallica (o que dizer sobre St. Anger?), Bon Jovi, Beatles, etc.

Apesar dos sentimentos românticos instalados, procuro conferir o que está surgindo e acontecendo por ai; um trem, levando ideias libertas, daqui a pouco partirá. Se o universo está em expansão, por que as bandas não estariam?

21 /03/2013


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