segunda-feira, 1 de abril de 2013

Novos significados para a indústria cinematográfica



A pirataria alcançou um novo paradigma. A distribuição ilegal de cópias de obras intelectuais deixou de incomodar tanto alguns autores, ao contrário passou a ser, de alguma forma, indício de sucesso. Em entrevista à Entertainment Weekly, o diretor de programação da HBO, Michael Lombardo diz que os muitos downloads ilegais da série “Games of Thrones” são uma forma de elogio, contanto que os DVDs originais sejam comprados pelos fãs. Em reportagem no jornal O Globo, o diretor do filme “O som ao redor”, Kleber Mendonça Filho, diz, na página oficial do filme no Facebook, para que todos não se preocupassem com a pirataria do filme, pois ele vai bem nos cinemas e chegou recentemente no iTunes.

A revolução digital representou um novo horizonte para a pirataria. Por outro lado, a indústria cinematográfica e fonográfica teve que se adaptar a esse novo cenário, ou correria o risco de perder consumidores e de falências.

Assim sendo, cada vez mais CDs são distribuídos digitalmente, por exemplo, a banda de indie rock The Strokes disponibilizou seu último álbum “Comedown Machine” inteiro no iTunes. Isso cria dinâmicas, por exemplo, aprecio artistas que deixam seus fãs estipularem o valor pelo qual irão baixar suas músicas ou disponibilizam o seu material para download gratuito; acredito que isso aproxima os artistas do seu público. Outro fato é a maior atenção na qualidade das mídias, vejo muitas coletâneas e edições de luxo serem lançadas com material exclusivo. É inegável, a qualidade das cópias originais é superior, as mídias Blu-Ray deixam isso mais evidente.  Quem não gostaria de assistir os grandes lançamentos de filmes com altíssimas resoluções de imagem, além de extras? No entanto, oferecer preços acessíveis é fundamental, afinal muitos recorrem à pirataria por causa deles – isso pesa bastante, né?

Apesar de tudo, muitos - inclusive eu - conhecem filmes, bandas, livros e etc. através de distribuições não autorizadas. E não, não sou a favor do comércio de pirataria (lucros). As cópias falsas são de qualidade duvidosa e não duram muito tempo, também acho que os autores e envolvidos na produção de obras intelectuais merecem algum suporte nosso - até mesmo para continuarem a criarem. Mas se a pessoa quer apenas compartilhar conhecimento (gratuitamente), ok. Assim, é essencial lançarem produtos que seduzem os fãs; penso que, de tal forma, quem adquire cópias ilegais e realmente goste, vai procurar comprar as originais.

Os discursos de Lombardo e Mendonça mostram que ainda é possível ter boas vendas no ramo. Para isso, contudo, será sempre imprescindível pensar em oferecer o melhor para os fãs.




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