sexta-feira, 5 de abril de 2013

Celebridades e um poema




Ter o nome estampado nas páginas dos jornais, atualmente, está mais acessível a qualquer um. Através da internet, de relacionamentos (e escândalos) com figuras públicas e de realities shows, por exemplo, anônimos têm surgido para as grandes mídias televisivas. Afinal, o que eles procuram? O estrelato? O pop?

Muitos almejam saírem nas colunas sociais ou terem uma matéria de um programa de celebridades sobre eles. Celebridades. Ousam até alterarem o próprio nome para soar melhor nos meios de comunicação. Estrelas. Luzes e badalação. Que tipos de obras intelectuais produzem? Que contribuições trazem além do próprio nome?

Salvo poucas exceções, há artistas famosos que se recusam a serem vistos como estrelas. Anti-estrelato. Muitos desses caras procuram subverter os padrões artísticos impostos pela indústria, são incomuns e desconcertantes; a cena grunge do início dos anos 1990 revelou tais tipos de caras. Grandes nomes. Hoje, dependendo da indumentária ou de apenas uma canção, você já sabe o que esperar do resto, os enlatados de costume.

E, por falar em estrelas e nomes, mostro um poema de Mario Quintana. Um dos poetas modernistas que romperam com rígidos padrões literários, e deram liberdade a seus versos. Mario escreveu vários poemas curtos, mas de longas extensões reflexivas. Além disso, vale destacar a presença de uma linguagem cotidiana na sua obra; algo que aproxima bastante o poema dos temas que tratam – uma marca dos poetas modernistas. 

Em “Biografia”, o sujeito era uma personalidade de renome. Status e prestígio social eram suas grandes conquistas, mais do que isso, era sua glória. A ideia de SER um “grande nome”, no poema, está intimamente ligada àquilo que uma pessoa representa socialmente. Muitas pessoas se escondem atrás de títulos, cargos, nomes e posição social; são vazias essencialmente. Apenas a superfície é contemplada. Esse é, portanto, um sujeito ligado ás aparências. Associou isso a alguma coisa, leitor?  No entanto, ele adoece e vem a falecer. E o que restou? O que deixou além do nome? Nada.

Biografia
Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua… E continuaram a pisar em cima dele.
(Mario Quintana)

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